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Laudo Médico Para Auxílio-Doença: Quais Dados Deve Conter?

O auxílio-doença é um benefício previdenciário fundamental para trabalhadores que se encontram temporariamente incapacitados para exercer suas atividades laborais. Para sua concessão, o INSS exige a apresentação de documentação médica que comprove a condição incapacitante do segurado. Neste contexto, o laudo médico assume papel central, sendo o documento que fundamentará a análise pericial. Este artigo detalha todos os elementos essenciais que devem constar em um laudo médico para aumentar as chances de aprovação do auxílio-doença, conforme as exigências atuais do INSS em 2025.

Sumário

O que é o Laudo Médico para Auxílio-Doença

O laudo médico para auxílio-doença é um documento técnico emitido por um profissional de saúde que atesta detalhadamente o estado clínico do paciente, descrevendo sua condição de saúde e, principalmente, a incapacidade temporária para o trabalho. Este documento serve como base para a análise do perito do INSS, que avaliará se o segurado realmente necessita do afastamento de suas atividades laborais.

Diferentemente de um simples atestado médico, o laudo é mais completo e detalhado, contendo informações específicas sobre o diagnóstico, a evolução da doença, os tratamentos realizados e, crucialmente, como a condição afeta a capacidade de trabalho do segurado. A elaboração cuidadosa deste documento pode ser determinante para o sucesso do pedido de benefício.

Diferença entre laudo médico e atestado médico

É comum haver confusão entre laudo médico e atestado médico, mas são documentos com finalidades distintas. O atestado médico é um documento mais simples, que geralmente apenas confirma a existência de uma condição de saúde e a necessidade de afastamento por um período determinado. Já o laudo médico é mais abrangente e detalhado, contendo uma análise completa do quadro clínico do paciente.

Para fins de solicitação do auxílio-doença, embora o atestado possa ser útil como documento complementar, é o laudo médico que fornecerá as informações necessárias para a avaliação pericial. O laudo deve ser elaborado por um médico especialista na condição que afeta o segurado, aumentando assim sua credibilidade perante o INSS.

Importância do laudo médico na concessão do benefício

A importância do laudo médico para a concessão do auxílio-doença não pode ser subestimada. Um laudo bem elaborado, contendo todas as informações necessárias, pode ser decisivo para a aprovação do benefício, enquanto um laudo incompleto ou impreciso pode levar à negativa do pedido.

O laudo médico serve como ponte de comunicação entre o médico assistente e o perito do INSS. Por meio dele, o perito poderá compreender a gravidade da condição do segurado e como ela impacta sua capacidade de trabalho. Um documento bem estruturado e detalhado facilita a análise pericial e aumenta significativamente as chances de aprovação do benefício.

Elementos Essenciais do Laudo Médico para Auxílio-Doença

Para que o laudo médico seja eficaz na solicitação do auxílio-doença, ele deve conter uma série de elementos essenciais. Estes elementos são fundamentais para que o perito do INSS possa avaliar adequadamente a condição do segurado e a necessidade do benefício.

Identificação completa do paciente e do médico

O laudo médico deve iniciar com a identificação completa do paciente, incluindo:

  • Nome completo (sem abreviações)
  • CPF
  • Data de nascimento
  • Número do benefício (se já houver)

Igualmente importante é a identificação do médico responsável pelo laudo, que deve incluir:

  • Nome completo do médico
  • Número de registro no Conselho Regional de Medicina (CRM)
  • Especialidade médica
  • Assinatura e carimbo do profissional

A ausência de qualquer um desses dados pode comprometer a validade do laudo. É fundamental que o documento seja assinado e carimbado pelo médico, pois isso confere autenticidade e responsabilidade técnica ao seu conteúdo.

Diagnóstico detalhado com CID

O diagnóstico é um dos elementos mais importantes do laudo médico. Ele deve ser claro, preciso e detalhado, descrevendo a condição de saúde do paciente. Além da descrição textual, é obrigatória a inclusão do Código Internacional de Doenças (CID) correspondente à patologia diagnosticada.

O CID é uma classificação padronizada que facilita a identificação da doença pelo perito do INSS. A ausência do CID no laudo pode resultar na rejeição do documento, pois é considerado um elemento técnico indispensável para a análise pericial.

É importante ressaltar que, conforme o artigo 3º da Resolução CFM nº 1.658/2002, o médico deve especificar o diagnóstico ou o CID quando expressamente autorizado pelo paciente. Portanto, é necessário que o paciente autorize a inclusão do CID no laudo.

Descrição da incapacidade laboral

A descrição da incapacidade laboral é o coração do laudo médico para auxílio-doença. Não basta apenas informar o diagnóstico; é necessário explicar detalhadamente como a condição de saúde afeta a capacidade de trabalho do segurado.

O médico deve descrever:

  • As limitações funcionais impostas pela doença ou lesão
  • As atividades que o paciente está impossibilitado de realizar
  • Como essas limitações impactam especificamente a profissão do segurado
  • Se a incapacidade é total ou parcial
  • Se a incapacidade é temporária ou permanente

É fundamental que o médico estabeleça claramente a relação entre o diagnóstico e a incapacidade laboral. Por exemplo, se o paciente é um pedreiro com hérnia de disco lombar, o laudo deve explicar por que essa condição o impede de realizar atividades que exigem esforço físico, levantamento de peso e movimentos repetitivos da coluna.

Data de início da incapacidade e tempo estimado de recuperação

O laudo médico deve informar a data de início da incapacidade (DII), que é o momento a partir do qual o segurado ficou impossibilitado de trabalhar devido à sua condição de saúde. Esta informação é crucial para o cálculo do benefício e para a verificação da carência.

Além disso, o médico deve estimar o tempo necessário para recuperação e possível retorno às atividades laborais. Esta estimativa ajuda o INSS a determinar a duração do benefício e a programar reavaliações periódicas, quando necessárias.

A Lei nº 8.213/91, em seu artigo 60, estabelece que o auxílio-doença será devido ao segurado que ficar incapacitado para seu trabalho ou atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos. Portanto, é importante que o laudo médico indique claramente que a incapacidade ultrapassa esse período mínimo.

Informações Complementares Importantes no Laudo Médico

Além dos elementos essenciais, existem informações complementares que podem fortalecer o laudo médico e aumentar as chances de aprovação do benefício. Estas informações ajudam a construir um quadro mais completo da condição do segurado.

Histórico clínico e evolução da doença

O histórico clínico é uma narrativa cronológica da condição de saúde do paciente, desde o surgimento dos primeiros sintomas até o momento atual. Esta seção do laudo deve incluir:

  • Como e quando surgiram os primeiros sintomas
  • A evolução da doença ao longo do tempo
  • Agravamentos ou complicações ocorridas
  • Internações hospitalares, se houver
  • Consultas e tratamentos anteriores

Um histórico clínico bem detalhado ajuda o perito a compreender a trajetória da doença e sua gravidade. Por exemplo, no caso de uma doença degenerativa, é importante demonstrar como a condição progrediu e afetou cada vez mais a capacidade laboral do segurado.

Tratamentos realizados e medicamentos prescritos

O laudo deve incluir informações sobre todos os tratamentos já realizados pelo paciente, bem como os medicamentos prescritos. Esta seção deve detalhar:

  • Procedimentos médicos realizados (cirurgias, fisioterapia, psicoterapia, etc.)
  • Medicamentos utilizados, com dosagens e frequência
  • Resposta do paciente aos tratamentos
  • Efeitos colaterais dos medicamentos que possam afetar a capacidade laboral
  • Tratamentos futuros planejados

Estas informações demonstram que o paciente está seguindo as recomendações médicas e buscando melhorar sua condição, o que é valorizado pelo INSS. Além disso, certos medicamentos podem causar efeitos colaterais que, por si só, já comprometem a capacidade de trabalho, como sonolência, tontura ou diminuição dos reflexos.

Exames complementares que comprovem o diagnóstico

Os exames complementares são fundamentais para corroborar o diagnóstico e a gravidade da condição. O laudo deve mencionar todos os exames realizados e seus resultados, como:

  • Exames de imagem (raio-X, tomografia, ressonância magnética, ultrassonografia)
  • Exames laboratoriais
  • Eletrocardiograma, eletroencefalograma
  • Testes funcionais
  • Avaliações psicológicas ou neuropsicológicas

É recomendável anexar cópias dos exames ao laudo, especialmente aqueles que evidenciam de forma mais clara a condição incapacitante. Isso fornece ao perito evidências objetivas da condição de saúde do segurado, fortalecendo o pedido de benefício.

Aspectos Formais e Legais do Laudo Médico

Além do conteúdo, os aspectos formais e legais do laudo médico são igualmente importantes para sua validade e eficácia na solicitação do auxílio-doença.

Legibilidade e clareza do documento

Um laudo médico deve ser absolutamente legível e claro. Documentos com caligrafia ilegível, rasuras ou informações ambíguas podem ser rejeitados pelo INSS ou dificultar a análise pericial.

Se o laudo for manuscrito, é fundamental que a caligrafia seja clara. No entanto, o ideal é que o documento seja digitado, impresso e posteriormente assinado e carimbado pelo médico. Isso garante a legibilidade e evita problemas de interpretação.

A linguagem utilizada deve ser técnica, mas acessível, evitando jargões excessivamente complexos que possam dificultar a compreensão por parte do perito. O objetivo é comunicar de forma clara e precisa a condição do paciente e sua incapacidade laboral.

Validade temporal do laudo médico

O laudo médico deve ser recente para ser aceito pelo INSS. Embora não haja um prazo específico estabelecido em lei, a prática administrativa do INSS considera como válidos os laudos emitidos nos últimos 30 dias.

Laudos muito antigos podem não refletir a condição atual do paciente, especialmente em casos de doenças com evolução rápida ou tratamentos que possam ter alterado o quadro clínico. Portanto, é recomendável que o segurado obtenha um laudo atualizado antes de solicitar o benefício.

Em casos de doenças crônicas ou condições estáveis, laudos mais antigos podem ser aceitos como documentação complementar, mas ainda assim é aconselhável apresentar um laudo recente que confirme a persistência da condição incapacitante.

Requisitos específicos para diferentes condições médicas

Diferentes condições médicas podem exigir informações específicas no laudo. Por exemplo:

Para doenças ortopédicas:

  • Amplitude de movimentos
  • Capacidade de deambulação
  • Necessidade de órteses ou próteses
  • Limitações para sentar, ficar em pé, agachar ou levantar peso

Para doenças psiquiátricas:

  • Avaliação do estado mental
  • Capacidade de concentração e memória
  • Interação social
  • Resposta ao estresse
  • Efeitos dos medicamentos psicotrópicos na cognição

Para doenças cardíacas:

  • Classificação funcional (NYHA)
  • Capacidade de esforço físico
  • Sintomas como dispneia, fadiga ou dor torácica
  • Resultados de testes de esforço

O médico deve adaptar o laudo às particularidades da condição do paciente, destacando os aspectos que mais impactam sua capacidade laboral específica.

Erros Comuns a Evitar no Laudo Médico

Existem diversos erros que podem comprometer a eficácia do laudo médico na solicitação do auxílio-doença. Conhecê-los ajuda a evitá-los e aumenta as chances de aprovação do benefício.

Informações incompletas ou imprecisas

Um dos erros mais comuns é a apresentação de informações incompletas ou imprecisas no laudo médico. Isso inclui:

  • Ausência do CID
  • Diagnóstico vago ou genérico
  • Falta de detalhamento da incapacidade laboral
  • Omissão da data de início da incapacidade
  • Ausência de prognóstico ou tempo estimado de recuperação

Para evitar esse erro, o segurado deve solicitar ao médico que seja minucioso e detalhado na elaboração do laudo, certificando-se de que todos os elementos essenciais estão presentes no documento.

Ausência de relação entre diagnóstico e incapacidade laboral

Outro erro frequente é a falta de estabelecimento claro da relação entre o diagnóstico e a incapacidade laboral. Não basta informar que o paciente tem determinada doença; é necessário explicar como essa condição o impede de trabalhar.

Por exemplo, um laudo que apenas menciona “Paciente com lombalgia crônica – CID M54.5” é insuficiente. O correto seria detalhar: “Paciente com lombalgia crônica (CID M54.5) que o impossibilita de realizar atividades que exijam esforço físico, levantamento de peso, permanência prolongada em pé ou sentado, e movimentos repetitivos da coluna, comprometendo totalmente sua capacidade de exercer a função de estivador.”

Divergências entre o laudo e outros documentos médicos

Divergências entre o laudo e outros documentos médicos, como atestados, receitas ou relatórios anteriores, podem levantar suspeitas sobre a veracidade da condição incapacitante. É importante que haja coerência entre todos os documentos apresentados.

Por exemplo, se um atestado médico recente indica afastamento por 15 dias devido a uma condição leve, mas o laudo para o INSS descreve uma incapacidade total e permanente pela mesma condição, essa discrepância pode comprometer a credibilidade do pedido.

Para evitar esse problema, o segurado deve reunir toda sua documentação médica e apresentá-la ao médico que elaborará o laudo, garantindo assim consistência nas informações.

Modelo de Laudo Médico para Auxílio-Doença

Para facilitar a compreensão dos elementos que devem constar no laudo médico, apresentamos a seguir um modelo estruturado. Este modelo serve apenas como referência e deve ser adaptado pelo médico conforme as particularidades de cada caso.

Estrutura básica de um laudo médico eficaz

Um laudo médico eficaz para auxílio-doença deve seguir uma estrutura lógica e completa, contendo:

Cabeçalho:

  • Identificação do médico (nome, CRM, especialidade)
  • Identificação do paciente (nome completo, CPF, data de nascimento)
  • Data de emissão do laudo

Corpo do laudo:

  • Anamnese (queixa principal, histórico da doença atual)
  • Histórico médico pregresso relevante
  • Exame físico ou mental, conforme o caso
  • Resultados de exames complementares
  • Diagnóstico com CID
  • Descrição detalhada da incapacidade laboral
  • Tratamentos realizados e em curso
  • Prognóstico e tempo estimado de recuperação

Conclusão:

  • Afirmação clara sobre a incapacidade para o trabalho
  • Recomendações médicas
  • Necessidade de reavaliação

Encerramento:

  • Local e data
  • Assinatura e carimbo do médico

Exemplo prático de laudo médico completo

LAUDO MÉDICO

Paciente: [Nome Completo]
CPF: [Número do CPF]
Data de Nascimento: [DD/MM/AAAA]
Data do Laudo: [DD/MM/AAAA]

HISTÓRICO CLÍNICO:
Paciente comparece à consulta relatando dor lombar intensa, irradiada para membro inferior direito, com início há aproximadamente 3 meses após esforço físico em seu ambiente de trabalho. Relata piora progressiva da dor, que atualmente o impede de permanecer em pé ou sentado por mais de 30 minutos, além de impossibilitar o levantamento de qualquer peso. Já realizou tratamento com anti-inflamatórios e analgésicos, além de 20 sessões de fisioterapia, sem melhora significativa.

EXAME FÍSICO:
Paciente apresenta marcha antálgica, com postura antálgica. Teste de Lasègue positivo à direita (40°). Limitação importante da amplitude de movimento da coluna lombar em todos os planos. Força muscular diminuída (grau 4) em membro inferior direito. Reflexos preservados. Sensibilidade preservada.

EXAMES COMPLEMENTARES:
Ressonância Magnética da Coluna Lombar (data: DD/MM/AAAA): Hérnia discal extrusa em L4-L5, com compressão da raiz nervosa de L5 à direita.

DIAGNÓSTICO:
Hérnia de disco lombar com radiculopatia (CID: M51.1)

TRATAMENTOS REALIZADOS:
Paciente já realizou tratamento medicamentoso com anti-inflamatórios (Nimesulida 100mg 2x/dia por 10 dias), analgésicos (Dipirona 1g 4x/dia) e relaxante muscular (Ciclobenzaprina 10mg à noite). Realizou 20 sessões de fisioterapia sem melhora significativa. Atualmente em uso de Pregabalina 75mg 2x/dia e Tramadol 50mg 3x/dia para controle da dor neuropática.

INCAPACIDADE LABORAL:
O paciente exerce a função de operador de máquinas pesadas, atividade que exige esforço físico constante, movimentação frequente da coluna, permanência prolongada em posição sentada com vibração contínua e ocasionalmente levantamento de cargas. A condição atual do paciente o impossibilita completamente de exercer suas atividades laborais habituais, pois qualquer esforço físico, permanência prolongada em uma mesma posição ou exposição a vibrações agrava significativamente o quadro álgico e pode levar a danos neurológicos permanentes.

PROGNÓSTICO E TEMPO ESTIMADO DE RECUPERAÇÃO:
O quadro é de evolução lenta e prognóstico reservado. Recomendo afastamento das atividades laborais por um período mínimo de 120 dias, quando deverá ser reavaliado. Está sendo considerada a possibilidade de intervenção cirúrgica caso não haja melhora com o tratamento conservador.

CONCLUSÃO:
Paciente encontra-se TOTALMENTE INCAPACITADO para exercer suas atividades laborais habituais por tempo indeterminado, necessitando de afastamento do trabalho para tratamento adequado e recuperação.

[Local e Data]

[Assinatura e Carimbo do Médico]
Dr. [Nome do Médico]
CRM: [Número]
Especialidade: [Especialidade do Médico]

Este exemplo ilustra como um laudo médico completo deve conter todos os elementos essenciais discutidos anteriormente, estabelecendo claramente a relação entre o diagnóstico e a incapacidade laboral.

Como Utilizar o Laudo Médico no Requerimento do Auxílio-Doença

Após obter um laudo médico adequado, é importante saber como utilizá-lo corretamente no requerimento do auxílio-doença junto ao INSS.

Procedimentos para solicitar o auxílio-doença

O auxílio-doença pode ser solicitado através dos seguintes canais:

  1. Internet: pelo portal ou aplicativo Meu INSS (meu.inss.gov.br)
  2. Telefone: pela Central de Atendimento do INSS (135)
  3. Presencialmente: em uma agência do INSS, mediante agendamento prévio

Para solicitar o benefício, o segurado precisará:

  • Preencher o requerimento de benefício por incapacidade
  • Anexar o laudo médico e exames complementares
  • Comprovar a qualidade de segurado e o cumprimento da carência, quando exigida

É importante ressaltar que, desde a implementação do programa Atestmed, em algumas situações, é possível obter a concessão do auxílio-doença apenas com base na análise documental, sem necessidade de perícia presencial. Para isso, o laudo médico deve ser ainda mais completo e convincente.

Documentos complementares que devem acompanhar o laudo

Além do laudo médico, é recomendável apresentar documentos complementares que reforcem o pedido de auxílio-doença:

  • Exames complementares que comprovem o diagnóstico (originais ou cópias)
  • Receitas médicas atuais
  • Atestados médicos anteriores
  • Relatórios de outros profissionais de saúde envolvidos no tratamento (fisioterapeutas, psicólogos, etc.)
  • Comprovantes de internação hospitalar, se houver
  • Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), em caso de acidente de trabalho

Esses documentos complementares ajudam a construir um histórico consistente da condição de saúde do segurado, fortalecendo seu pedido de benefício.

Preparação para a perícia médica do INSS

Mesmo com um laudo médico completo, na maioria dos casos o segurado precisará passar por uma perícia médica no INSS. Para essa etapa, é importante:

  • Levar o laudo médico original e uma cópia para entregar ao perito
  • Levar todos os exames complementares, mesmo os mais antigos
  • Levar receitas médicas e embalagens de medicamentos em uso
  • Vestir-se adequadamente, de forma que o perito possa examinar a região afetada, se necessário
  • Ser honesto sobre os sintomas e limitações, sem exageros ou minimizações
  • Explicar detalhadamente como a condição afeta suas atividades laborais específicas

É fundamental que as informações fornecidas ao perito sejam coerentes com o conteúdo do laudo médico. Qualquer contradição pode comprometer a concessão do benefício.

Legislação e Normativas Sobre Laudos Médicos para o INSS

Para compreender completamente os requisitos do laudo médico para auxílio-doença, é importante conhecer a legislação e as normativas que regem essa matéria.

Leis e decretos que regulamentam o auxílio-doença

O auxílio-doença é regulamentado principalmente pelas seguintes normas:

  • Lei nº 8.213/91: Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social. O artigo 59 estabelece que “o auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.”
  • Decreto nº 3.048/99: Regulamenta a Lei nº 8.213/91. O artigo 71 detalha as condições para concessão do auxílio-doença.
  • Lei nº 13.846/2019: Instituiu o programa de revisão de benefícios por incapacidade e o Bônus de Desempenho Institucional por Perícia Médica em Benefícios por Incapacidade (BPMBI).

Essas normas estabelecem os critérios básicos para a concessão do auxílio-doença, incluindo a necessidade de comprovação da incapacidade laboral por meio de perícia médica.

Resoluções do Conselho Federal de Medicina sobre laudos

O Conselho Federal de Medicina (CFM) também possui resoluções específicas sobre a emissão de laudos médicos:

  • Resolução CFM nº 1.658/2002 (alterada pela Resolução CFM nº 1.851/2008): Normatiza a emissão de atestados médicos e dá outras providências. Estabelece que o médico deve especificar o diagnóstico ou o CID quando expressamente autorizado pelo paciente.
  • Resolução CFM nº 2.183/2018: Dispõe sobre as normas específicas para médicos que atuam como peritos judiciais, assistentes técnicos e como peritos administrativos do INSS.

Essas resoluções orientam os médicos sobre como elaborar laudos e atestados de forma ética e completa, respeitando tanto as necessidades do paciente quanto as exigências legais.

Instruções normativas do INSS sobre documentação médica

O INSS também emite instruções normativas que orientam sobre a documentação médica necessária para a concessão de benefícios por incapacidade:

  • Instrução Normativa INSS/PRES nº 128/2022: Estabelece critérios a serem adotados pela área de Benefícios do INSS, incluindo os procedimentos para concessão de benefícios por incapacidade.
  • Portaria Conjunta SEPRT/ME nº 32/2022: Regulamenta o procedimento de análise documental para concessão de benefícios por incapacidade (Atestmed).

Essas normativas detalham os procedimentos administrativos para a análise dos pedidos de auxílio-doença, incluindo os requisitos específicos para a documentação médica.

Conclusão

Um laudo médico bem elaborado é peça fundamental para a concessão do auxílio-doença. Como vimos, ele deve conter identificação completa do paciente e do médico, diagnóstico detalhado com CID, descrição clara da incapacidade laboral, data de início da incapacidade, tempo estimado de recuperação, histórico clínico, tratamentos realizados e resultados de exames complementares. A ausência de qualquer um desses elementos pode comprometer significativamente as chances de aprovação do benefício.

Para garantir seus direitos previdenciários e maximizar as chances de obter o auxílio-doença quando realmente necessário, é altamente recomendável buscar orientação especializada de um advogado com experiência em direito previdenciário, que poderá analisar seu caso específico, revisar a documentação médica e orientar sobre os melhores procedimentos a serem adotados em cada etapa do processo. Lembre-se que o conhecimento adequado das exigências legais e a apresentação correta da documentação são fatores determinantes para o sucesso do seu pedido de benefício. This is some basic, sample markdown.

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Marcel Sanches
Autor e Revisor
Advogado na Ls Advogados. Especialista em Direito Privado e Atuação nos Tribunais Superiores.
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