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Pagar INSS ou Aposentadoria Privada: O Que Vale Mais a Pena?

Planejar a aposentadoria é uma decisão crucial que impacta diretamente a qualidade de vida na terceira idade. Muitos brasileiros se deparam com o dilema: investir exclusivamente no INSS, optar por uma previdência privada, ou combinar ambas as estratégias? Esta escolha envolve diversos fatores, como perfil financeiro, idade, objetivos de longo prazo e, principalmente, a compreensão das vantagens e desvantagens de cada modalidade. Conhecer as particularidades de ambos os sistemas é fundamental para tomar uma decisão informada e garantir uma aposentadoria tranquila e financeiramente estável.

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Como funciona o INSS e seus benefícios

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é o órgão responsável pela administração dos benefícios previdenciários no Brasil. Criado em 1990 pelo Decreto n° 99.350 (posteriormente revogado pelo Decreto nº 9.746 de 2019), o INSS funciona como um sistema de seguridade social baseado no princípio da solidariedade, onde os trabalhadores ativos contribuem para custear os benefícios dos inativos.

A contribuição para o INSS é obrigatória para trabalhadores com carteira assinada, sendo descontada diretamente da folha de pagamento. Para autônomos, empresários e pessoas sem vínculo empregatício, a contribuição é facultativa, mas essencial para garantir acesso aos benefícios previdenciários. Todos os trabalhadores que exercem atividades remuneradas devem contribuir para a Previdência Social, incluindo os que trabalham por conta própria, que podem se cadastrar como contribuintes individuais ou Microempreendedores Individuais (MEI).

O sistema previdenciário público brasileiro é regido principalmente pela Lei nº 8.213/91, que estabelece os Planos de Benefícios da Previdência Social, e pela Lei nº 8.212/91, que dispõe sobre a organização da Seguridade Social e institui o Plano de Custeio.

Tipos de contribuição para o INSS

Existem diferentes modalidades de contribuição para o INSS, adequadas a diversos perfis profissionais:

  1. Empregado com carteira assinada: A contribuição é descontada automaticamente do salário, com alíquotas progressivas que variam de 7,5% a 14%, dependendo da faixa salarial.
  2. Contribuinte Individual: Para autônomos e profissionais liberais, existem duas opções:
    • Plano Normal: 20% sobre o valor declarado (entre o salário mínimo e o teto do INSS)
    • Plano Simplificado: 11% sobre o salário mínimo (em 2025, equivalente a R$166,98)
  3. Microempreendedor Individual (MEI): Contribuição de 5% sobre o salário mínimo.
  4. Segurado Facultativo: Para quem não exerce atividade remunerada (como donas de casa, estudantes e desempregados), com opções semelhantes ao contribuinte individual.
  5. Segurado Facultativo de Baixa Renda: Contribuição de 5% do salário mínimo para pessoas de baixa renda inscritas no CadÚnico.

É importante destacar que o plano simplificado e o MEI dão direito apenas à aposentadoria por idade, enquanto o plano normal permite também a aposentadoria por tempo de contribuição.

Benefícios oferecidos pelo INSS

O INSS oferece uma ampla gama de benefícios além da aposentadoria, proporcionando uma rede de proteção social para diversas situações de vulnerabilidade. Entre os principais benefícios estão:

  • Aposentadorias: por idade, por tempo de contribuição, por invalidez e especial
  • Auxílios: doença, acidente e reclusão
  • Salário-maternidade
  • Pensão por morte
  • Benefícios assistenciais (como o BPC/LOAS)

Essa diversidade de benefícios representa uma vantagem significativa do INSS em relação às previdências privadas, que geralmente oferecem apenas o benefício de aposentadoria programada. Como estabelece o artigo 1º da Lei nº 8.213/91:

“A Previdência Social, mediante contribuição, tem por fim assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, desemprego involuntário, idade avançada, tempo de serviço, encargos familiares e prisão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente.”

Essa proteção abrangente é um dos principais diferenciais do sistema público de previdência.

Como funciona a previdência privada e seus benefícios

A previdência privada é um sistema complementar de aposentadoria, regulamentado pela Lei Complementar nº 109/2001, que permite ao indivíduo formar uma reserva financeira para o futuro através de contribuições voluntárias. Diferentemente do INSS, a previdência privada não é obrigatória e funciona como um investimento de longo prazo.

Existem dois tipos principais de previdência privada no Brasil:

  1. PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre): Indicado para quem faz declaração completa do Imposto de Renda, permitindo deduzir até 12% da renda bruta anual tributável.
  2. VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre): Recomendado para quem faz declaração simplificada ou é isento do IR, com tributação apenas sobre os rendimentos.

A previdência privada oferece maior flexibilidade em termos de valores de contribuição, periodicidade e formas de resgate, permitindo ao contribuinte adaptar o plano às suas necessidades e possibilidades financeiras.

Vantagens da previdência privada

A previdência privada apresenta diversas vantagens em relação ao sistema público:

  1. Rentabilidade potencialmente maior: Os planos de previdência privada investem os recursos em diferentes ativos financeiros, podendo proporcionar retornos superiores à correção aplicada pelo INSS.
  2. Flexibilidade nas contribuições: O participante pode definir quanto e quando contribuir, podendo inclusive suspender temporariamente as contribuições sem perder o que já foi acumulado.
  3. Portabilidade: É possível transferir os recursos de um plano para outro sem incidência de impostos.
  4. Benefícios fiscais: Dependendo do tipo de plano escolhido, há possibilidade de dedução no Imposto de Renda ou tributação apenas sobre os rendimentos.
  5. Planejamento sucessório: Possibilidade de indicar beneficiários que receberão os recursos em caso de falecimento, sem necessidade de inventário.

Limitações da previdência privada

Apesar das vantagens, a previdência privada também apresenta algumas limitações:

  1. Taxas administrativas: Os planos cobram taxas de administração e carregamento que podem reduzir significativamente a rentabilidade ao longo do tempo.
  2. Ausência de benefícios adicionais: Diferentemente do INSS, a previdência privada geralmente não oferece benefícios como auxílio-doença, pensão por morte ou salário-maternidade.
  3. Risco de mercado: A rentabilidade não é garantida, podendo haver períodos de retornos negativos dependendo do perfil de investimento escolhido.
  4. Tributação no resgate: Incidência de Imposto de Renda no momento do resgate ou recebimento do benefício, com alíquotas que variam conforme o prazo de acumulação e o tipo de plano.

Comparativo: INSS vs. Previdência Privada

Para tomar uma decisão informada sobre qual opção é mais vantajosa, é essencial comparar diretamente os aspectos mais relevantes de ambos os sistemas.

Segurança e garantias

O INSS, por ser um sistema público, conta com a garantia do Estado brasileiro. Isso significa que, mesmo em cenários de crise econômica, os benefícios tendem a ser mantidos, ainda que possam sofrer alterações em seus valores ou regras de concessão através de reformas previdenciárias.

Já na previdência privada, a segurança depende da solidez da instituição financeira que administra o plano. Embora o setor seja regulado pela SUSEP (Superintendência de Seguros Privados) e pela PREVIC (Superintendência Nacional de Previdência Complementar), existe o risco teórico de insolvência da instituição. No entanto, o FGC (Fundo Garantidor de Créditos) oferece proteção de até R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira.

Rentabilidade e valor do benefício

No INSS, o valor do benefício é calculado com base na média dos salários de contribuição, com aplicação de um percentual que varia conforme o tempo de contribuição. Com a Reforma da Previdência de 2019, o cálculo ficou menos vantajoso para muitos segurados, partindo de 60% da média salarial para quem cumpre apenas o tempo mínimo de contribuição.

Na previdência privada, o valor do benefício depende diretamente do montante acumulado e da rentabilidade obtida ao longo do período de contribuição. Com uma gestão eficiente e escolha adequada de fundos, é possível obter retornos superiores à correção aplicada pelo INSS, resultando em um benefício potencialmente maior.

Flexibilidade e controle

Uma das principais vantagens da previdência privada é a flexibilidade. O participante pode:

  • Escolher o valor e a periodicidade das contribuições
  • Selecionar o perfil de investimento (conservador, moderado ou arrojado)
  • Optar pela forma de recebimento do benefício (renda mensal, resgate total, etc.)
  • Realizar resgates parciais em caso de necessidade

No INSS, as regras são mais rígidas, com valores de contribuição definidos por lei e pouca ou nenhuma flexibilidade quanto à forma de recebimento do benefício.

Tabela comparativa: INSS vs. Previdência Privada

AspectoINSSPrevidência Privada
ObrigatoriedadeObrigatório para trabalhadores formaisVoluntária
Benefícios oferecidosAposentadorias, auxílios, pensões, salário-maternidadePrincipalmente aposentadoria programada
Flexibilidade nas contribuiçõesLimitada, valores definidos por leiAlta, contribuições ajustáveis
RentabilidadeCorreção pelo INPC ou índice definido por leiVariável, conforme desempenho dos investimentos
SegurançaGarantida pelo EstadoDepende da solidez da instituição financeira
TributaçãoTabela progressiva do IR sobre o benefícioOpções de regime tributário (progressivo ou regressivo)
PortabilidadeNão aplicávelPossível entre diferentes planos
Resgate antecipadoNão permitidoPermitido, com incidência de IR e possíveis penalidades

Estratégias combinadas: o melhor dos dois mundos

Para muitos brasileiros, a estratégia mais prudente não é escolher entre INSS e previdência privada, mas sim combinar ambos os sistemas para maximizar a segurança e os benefícios na aposentadoria.

Por que considerar ambas as opções

A combinação do INSS com a previdência privada permite:

  1. Diversificação de riscos: Não depender exclusivamente de um sistema, protegendo-se contra mudanças nas regras previdenciárias ou problemas com instituições financeiras.
  2. Complementação de renda: O INSS garante uma renda básica, enquanto a previdência privada pode proporcionar um complemento para manter o padrão de vida.
  3. Acesso a benefícios adicionais: Manter-se vinculado ao INSS garante acesso a benefícios como auxílio-doença e pensão por morte, enquanto a previdência privada oferece maior potencial de acumulação.
  4. Otimização tributária: Possibilidade de deduzir contribuições para o PGBL do Imposto de Renda, reduzindo a carga tributária atual.

Os benefícios previdenciários são a forma que o INSS tem de pagar o segurado que adquire direito a uma aposentadoria, auxílio, pensão, assistência ou salário-maternidade. Esses benefícios representam uma rede de proteção social que dificilmente seria substituída apenas pela previdência privada.

Como planejar uma estratégia combinada

Para desenvolver uma estratégia eficaz que combine INSS e previdência privada, considere:

  1. Contribuir o suficiente para o INSS para garantir os benefícios básicos: Mesmo autônomos e profissionais liberais devem considerar contribuir pelo menos o mínimo necessário para ter direito aos benefícios previdenciários.
  2. Calcular o “gap” previdenciário: Estimar a diferença entre o benefício esperado do INSS e o valor necessário para manter seu padrão de vida na aposentadoria.
  3. Escolher o plano de previdência privada adequado ao seu perfil: Considerar fatores como regime tributário, taxas administrativas, perfil de investimento e solidez da instituição.
  4. Revisar periodicamente a estratégia: Ajustar as contribuições e o perfil de investimento conforme mudanças na legislação, na situação financeira pessoal e nos objetivos de vida.

Para saber se você tem direito a um benefício previdenciário, é preciso saber se você contribui com o INSS ou se não contribui com o INSS. Esta distinção é fundamental para planejar adequadamente sua aposentadoria.

Perfis de investidores e a melhor escolha para cada um

A decisão entre INSS, previdência privada ou uma combinação de ambos deve levar em conta o perfil individual, incluindo idade, renda, aversão ao risco e objetivos de aposentadoria.

Para trabalhadores formais com carteira assinada

Trabalhadores com carteira assinada já contribuem obrigatoriamente para o INSS, tendo garantido o acesso aos benefícios previdenciários básicos. Para este perfil, a previdência privada pode ser uma excelente complementação, especialmente para quem:

  • Recebe acima do teto do INSS (R$ 7.786,02 em 2025)
  • Deseja manter o mesmo padrão de vida na aposentadoria
  • Tem capacidade de poupar regularmente
  • Faz declaração completa de IR e pode se beneficiar das deduções do PGBL

A estratégia recomendada é contribuir para o INSS até o teto (o que já ocorre automaticamente para empregados CLT) e direcionar o excedente para um plano de previdência privada adequado ao seu perfil de risco e horizonte temporal.

Para autônomos e profissionais liberais

Autônomos e profissionais liberais têm mais opções e responsabilidades, pois sua contribuição ao INSS não é automática. Para este grupo, é importante considerar:

  • Contribuir para o INSS pelo menos no plano simplificado (11% do salário mínimo) para garantir benefícios básicos
  • Avaliar se vale a pena contribuir pelo plano normal (20%) para ter direito à aposentadoria por tempo de contribuição
  • Complementar com previdência privada, especialmente se a renda for irregular

A aposentadoria por idade é aquela que o trabalhador urbano tem direito de pedir ao INSS após completar uma idade mínima, a carência exigida e o tempo de contribuição necessário. Para autônomos, garantir esse direito básico através da contribuição ao INSS pode ser essencial antes de considerar alternativas privadas.

Para jovens iniciando a vida profissional

Jovens profissionais têm a vantagem do tempo, o que potencializa os efeitos dos juros compostos em investimentos de longo prazo. Para este perfil:

  • Contribuir para o INSS é importante para garantir proteção contra imprevistos (invalidez, doença)
  • Iniciar um plano de previdência privada cedo permite acumular um montante significativo com contribuições menores
  • Perfis de investimento mais arrojados podem ser considerados devido ao longo horizonte temporal

A combinação de INSS com previdência privada desde o início da carreira pode resultar em uma aposentadoria confortável, mesmo com contribuições relativamente modestas, graças ao poder dos juros compostos.

Para pessoas próximas à aposentadoria

Para quem está próximo à aposentadoria, as opções são mais limitadas, mas ainda há estratégias válidas:

  • Verificar se já cumpriu os requisitos para aposentadoria pelo INSS ou quanto falta para atingi-los
  • Considerar planos de previdência privada de curto prazo com perfil conservador
  • Avaliar a possibilidade de postergar a aposentadoria para aumentar o valor do benefício

O INSS é o órgão responsável pelo pagamento de benefícios previdenciários como aposentadoria, seguro desemprego, auxílio-doença, pensão por morte e outros. Conhecer bem as regras e benefícios disponíveis é essencial para quem está próximo à aposentadoria.

Conclusão

A escolha entre INSS e previdência privada não precisa ser excludente. Na verdade, para a maioria dos brasileiros, a estratégia mais prudente é combinar ambos os sistemas, aproveitando a segurança e os benefícios adicionais do INSS junto com a flexibilidade e o potencial de rentabilidade superior da previdência privada. O importante é iniciar o planejamento previdenciário o quanto antes, pois o tempo é um aliado fundamental na construção de uma aposentadoria tranquila e financeiramente estável.

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Marcel Sanches
Autor e Revisor
Advogado na Ls Advogados. Especialista em Direito Privado e Atuação nos Tribunais Superiores.
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