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Como Saber Se Tenho Direito a Restituição INSS? Como Pedir Restituição do INSS?

Muitos contribuintes do INSS desconhecem que podem ter direito à restituição de valores pagos indevidamente à Previdência Social. Esse direito surge quando há recolhimentos acima do teto previdenciário, pagamentos em duplicidade, erros de cálculo ou outras situações que resultem em contribuições indevidas. Compreender se você tem esse direito e como solicitar a devolução dos valores é fundamental para não perder recursos que são seus por direito, especialmente considerando que existe um prazo prescricional de cinco anos para realizar essa solicitação.

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Situações que Geram Direito à Restituição do INSS

O sistema previdenciário brasileiro, apesar de bem estruturado, pode gerar situações em que o contribuinte acaba pagando valores além do devido. Identificar essas situações é o primeiro passo para saber se você tem direito à restituição de contribuições previdenciárias.

De acordo com o artigo 89 da Instrução Normativa RFB 971/09, os valores recolhidos indevidamente ou em montante superior ao devido podem ser objeto de restituição ou compensação. Essa norma estabelece claramente o direito do contribuinte de reaver os valores pagos incorretamente, desde que dentro do prazo legal.

Existem diversas situações que podem gerar o direito à restituição de contribuições previdenciárias. É importante conhecê-las para identificar se você se enquadra em alguma delas.

Contribuições Acima do Teto do INSS

A situação mais comum que gera direito à restituição ocorre quando o contribuinte recolhe valores acima do teto do INSS. Em 2025, o teto previdenciário está fixado em R$ 8.157,41, o que significa que nenhuma contribuição mensal deve ultrapassar esse valor.

Isso acontece frequentemente com profissionais que possuem mais de um vínculo empregatício ou que acumulam atividade como empregado e autônomo. Por exemplo, um médico que trabalha em um hospital como CLT e também mantém consultório particular pode acabar contribuindo acima do teto quando somadas todas as suas contribuições.

Muitos profissionais desconhecem que existe um limite máximo para contribuição mensal ao INSS, o que resulta em pagamentos indevidos que poderiam ser evitados com um planejamento previdenciário adequado.

Erros de Cálculo nas Contribuições

Outra situação comum ocorre quando há erros de cálculo nas contribuições previdenciárias. Isso pode acontecer por diversos motivos:

  • Aplicação incorreta de alíquotas
  • Inclusão indevida de verbas não salariais na base de cálculo
  • Erros na elaboração da folha de pagamento
  • Falhas no sistema de recolhimento

O artigo 3º da Instrução Normativa 2.055/2021 prevê expressamente a possibilidade de restituição quando há “erro na identificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento”.

Recolhimentos em Duplicidade

Os recolhimentos em duplicidade também geram direito à restituição. Isso pode ocorrer quando:

  • O empregador e o empregado recolhem a mesma contribuição
  • Há pagamento da mesma guia mais de uma vez
  • Ocorre erro no sistema bancário que processa o pagamento

Nesses casos, é fundamental identificar o pagamento duplicado e solicitar a restituição dentro do prazo legal.

Contribuições Após a Aposentadoria

Muitos aposentados que continuam trabalhando desconhecem que, em determinadas situações, podem solicitar a restituição de contribuições previdenciárias. Embora o aposentado que continua em atividade seja obrigado a contribuir para o INSS, em alguns casos específicos pode haver direito à restituição.

Como Identificar Se Você Tem Direito à Restituição do INSS

Após conhecer as situações que geram direito à restituição, é importante saber como identificar se você se enquadra em alguma delas. Essa análise requer atenção aos documentos previdenciários e conhecimento sobre as regras de contribuição.

Para verificar se você tem direito à restituição de contribuições previdenciárias, é necessário realizar uma análise detalhada de seus recolhimentos. Isso envolve a consulta a diversos documentos e sistemas.

Verificação do Extrato de Contribuições do INSS

O primeiro passo para identificar se você tem direito à restituição é verificar seu extrato de contribuições ao INSS. Esse documento contém o histórico de todos os seus recolhimentos previdenciários e pode ser acessado através do aplicativo ou site Meu INSS.

No extrato, você deve verificar:

  • Os valores mensais recolhidos
  • As bases de cálculo utilizadas
  • As alíquotas aplicadas
  • Os períodos de contribuição

Caso identifique valores recolhidos acima do teto ou outras inconsistências, isso pode indicar direito à restituição.

Cálculo dos Valores Pagos Acima do Teto

Para calcular se houve pagamento acima do teto, você deve somar todas as contribuições realizadas em um mesmo mês e verificar se o total ultrapassa o valor máximo permitido.

O cálculo da restituição de contribuição previdenciária envolve somar os valores pagos no mês e subtrair o valor da contribuição sobre o teto conforme a alíquota paga. Por exemplo:

Se você contribuiu com R$ 900,00 em um emprego e R$ 800,00 em outro no mesmo mês, totalizando R$ 1.700,00, e o teto de contribuição na época era de R$ 1.500,00, você teria direito à restituição de R$ 200,00 (mais correção monetária e juros).

Para facilitar esse cálculo, você também pode utilizar o Sistema de Acréscimos Legais disponível no site do governo federal, que permite simular o valor a receber com as devidas correções.

Documentação Necessária para Comprovar o Direito

Para comprovar seu direito à restituição, você precisará reunir uma série de documentos. Entre os principais estão:

  • Extrato do Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS)
  • Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS)
  • Recibos de pagamento de GPS (Guias da Previdência Social)
  • Contracheques ou holerites
  • Comprovantes de recolhimento como contribuinte individual, se for o caso

Além disso, será necessário elaborar um demonstrativo de cálculo que comprove os valores a serem restituídos, contendo:

  • Competência (mês/ano)
  • Data de cada pagamento
  • Valores recolhidos
  • Valores devidos
  • Saldos (valores excedentes)

Prazo para Solicitar a Restituição de Contribuições do INSS

Um aspecto crucial quando falamos de restituição de contribuições previdenciárias é o prazo para solicitar esse direito. A legislação estabelece um limite temporal que, se não observado, pode resultar na perda definitiva do direito à restituição.

O artigo 168 do Código Tributário Nacional (CTN) estabelece que o direito de pleitear a restituição de tributos pagos indevidamente extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados da data do pagamento indevido.

Esse prazo prescricional também é reforçado pelo inciso primeiro do artigo 68 da Instrução Normativa 2.055/2021, que dispõe sobre a restituição e a compensação de tributos administrados pela Receita Federal do Brasil.

Contagem do Prazo Prescricional

A contagem do prazo de cinco anos inicia-se na data em que o pagamento indevido foi realizado. Por exemplo, se você fez um recolhimento acima do teto em março de 2020, terá até março de 2025 para solicitar a restituição desse valor específico.

É importante observar que cada pagamento indevido gera um prazo prescricional próprio. Assim, se você fez recolhimentos acima do teto por vários meses, cada um deles terá seu próprio prazo de cinco anos.

Consequências da Perda do Prazo

A perda do prazo para solicitar a restituição resulta na prescrição do direito, o que significa que o valor pago indevidamente não poderá mais ser recuperado administrativamente. Caso suas contribuições tenham sido pagas por sete anos acima do teto, por exemplo, você perderá o direito de reaver o dinheiro dos dois anos que ultrapassaram o prazo prescricional de cinco anos.

Por isso, é fundamental ficar atento aos prazos e, ao identificar pagamentos indevidos, agir rapidamente para garantir a restituição de todos os valores a que tem direito.

Como Solicitar a Restituição de Contribuições do INSS

Após identificar que você tem direito à restituição e reunir a documentação necessária, o próximo passo é realizar a solicitação formal. Existem duas formas principais de solicitar a restituição de contribuições previdenciárias: online, através do Portal e-CAC da Receita Federal, ou presencialmente, em uma unidade da Receita Federal.

A seguir, apresentamos um guia detalhado sobre como proceder em cada uma dessas modalidades.

Solicitação Online pelo Portal e-CAC

A forma mais prática e rápida de solicitar a restituição é através do Portal e-CAC (Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte) da Receita Federal. Para isso, siga o passo a passo:

  1. Acesse o Portal e-CAC e faça login com sua conta Gov.br
  2. No menu principal, clique em “Restituição e Compensação”
  3. Selecione a opção “Acessar PER/DCOMP WEB”
  4. Clique em “Pedido de Restituição”
  5. Responda “Não” na pergunta “Documento Retificador?”
  6. Selecione o “Tipo de Crédito” como “Contribuição Previdenciária Indevida ou Maior”
  7. Na parte “Detalhamento do Crédito”, escolha a opção “O crédito será detalhado neste documento”
  8. Responda “Sim” ou “Não” na opção “Pessoa Física Equiparada a Empresa?”
  9. Dê um “Apelido para Identificação do Documento”
  10. Clique em “Prosseguir” e siga as instruções para completar o pedido

O sistema PER/DCOMP (Pedido Eletrônico de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação) é a ferramenta oficial para enviar pedidos de restituição à Receita Federal. É importante preencher todos os campos corretamente e anexar a documentação que comprova o direito à restituição.

Solicitação Presencial na Receita Federal

Caso você tenha dificuldade em utilizar o sistema online, é possível solicitar a restituição presencialmente em uma unidade da Receita Federal. Para isso:

  1. Preencha o formulário “Pedido de Restituição ou de Ressarcimento”
  2. Reúna toda a documentação necessária
  3. Agende um atendimento na Receita Federal da sua cidade
  4. Compareça no dia e horário agendados com o formulário preenchido e a documentação completa

É importante ressaltar que o atendimento presencial na Receita Federal geralmente requer agendamento prévio, que pode ser feito pelo site da Receita Federal ou pelo telefone 146.

Documentação Necessária para o Pedido

Para que seu pedido de restituição seja analisado corretamente, é fundamental apresentar toda a documentação que comprove o direito ao crédito. Entre os documentos necessários estão:

  • Documento de identificação (RG e CPF)
  • Comprovantes de pagamento acima do teto
  • Extrato CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais)
  • Anotações da CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social)
  • Recibos de pagamento de GPS (Guias da Previdência Social)
  • Demonstrativo do cálculo que comprove os valores a serem restituídos
  • Dados bancários para recebimento da restituição

A documentação completa e detalhada é essencial para o sucesso do pedido de restituição, pois qualquer inconsistência ou falta de informação pode resultar no indeferimento da solicitação.

Acompanhamento do Pedido de Restituição

Após realizar o pedido de restituição, é importante acompanhar o andamento do processo para garantir que tudo esteja correndo conforme o esperado. A Receita Federal tem um prazo para analisar e responder ao pedido, e é possível verificar o status da solicitação através do Portal e-CAC.

O prazo legal para a Receita Federal analisar e responder ao pedido de restituição é de até 360 dias (aproximadamente 1 ano). Caso esse prazo seja ultrapassado sem uma resposta, o contribuinte pode considerar o pedido tacitamente indeferido e tomar as medidas cabíveis, como apresentar um recurso administrativo ou ingressar com uma ação judicial.

Como Verificar o Status do Pedido

Para verificar o status do seu pedido de restituição, siga estes passos:

  1. Acesse o Portal e-CAC com seu login e senha
  2. No menu principal, clique em “Restituição e Compensação”
  3. Selecione a opção “Consultar Processamento de PER/DCOMP”
  4. Informe o número do documento (gerado no momento da solicitação)
  5. Clique em “Consultar”

O sistema exibirá o status atual do seu pedido, que pode ser:

  • Em análise
  • Deferido (total ou parcialmente)
  • Indeferido
  • Aguardando documentação complementar

Caso o status indique “Aguardando documentação complementar”, será necessário acessar o pedido e verificar quais documentos adicionais foram solicitados pela Receita Federal.

O Que Fazer em Caso de Indeferimento

Se seu pedido de restituição for indeferido, você tem algumas opções:

  1. Manifestação de Inconformidade: Você pode apresentar uma Manifestação de Inconformidade no prazo de 30 dias contados da ciência do indeferimento. Esse recurso será analisado pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento (DRJ).
  2. Recurso ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF): Caso a Manifestação de Inconformidade seja indeferida, é possível apresentar um recurso ao CARF no prazo de 30 dias.
  3. Ação Judicial: Se todos os recursos administrativos forem esgotados sem sucesso, ou se você preferir, é possível ingressar com uma ação judicial para buscar a restituição dos valores pagos indevidamente.

Em qualquer dessas situações, é recomendável contar com o auxílio de um advogado especializado em direito previdenciário e tributário, que poderá avaliar seu caso específico e indicar a melhor estratégia a ser adotada.

Correção Monetária e Juros na Restituição

Um aspecto importante da restituição de contribuições previdenciárias é a correção monetária e os juros que incidem sobre os valores a serem restituídos. Esses acréscimos visam compensar a perda do poder aquisitivo da moeda ao longo do tempo e remunerar o contribuinte pelo período em que o dinheiro ficou indevidamente com o Fisco.

De acordo com a legislação vigente, os valores a serem restituídos são atualizados pela taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia), que funciona como taxa básica de juros da economia brasileira. Essa atualização é calculada a partir do mês subsequente ao do pagamento indevido até o mês anterior ao da restituição, acrescida de 1% referente ao mês em que a restituição for efetuada.

Como é Calculada a Correção Monetária

A correção monetária dos valores a serem restituídos segue as seguintes regras:

  1. O valor original do pagamento indevido é identificado
  2. Aplica-se a taxa Selic acumulada desde o mês seguinte ao do pagamento indevido até o mês anterior ao da restituição
  3. Adiciona-se 1% referente ao mês da restituição

Por exemplo, se você pagou R$ 1.000,00 indevidamente em janeiro de 2023 e a restituição for realizada em março de 2025, o valor será corrigido pela Selic acumulada de fevereiro de 2023 a fevereiro de 2025, mais 1% referente a março de 2025.

Impacto dos Juros no Valor Final da Restituição

Os juros aplicados na restituição podem ter um impacto significativo no valor final a ser recebido, especialmente em períodos de alta da taxa Selic ou quando o pagamento indevido ocorreu há muito tempo.

Por exemplo, considerando uma taxa Selic média de 10% ao ano, um pagamento indevido de R$ 5.000,00 realizado há 4 anos resultaria em aproximadamente R$ 7.320,50 após a aplicação da correção monetária e dos juros (considerando juros compostos).

Esse exemplo demonstra como a correção monetária e os juros podem aumentar substancialmente o valor da restituição, o que torna ainda mais importante verificar se você tem direito a esse benefício e solicitá-lo dentro do prazo legal.

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Marcel Sanches
Autor e Revisor
Advogado na Ls Advogados. Especialista em Direito Privado e Atuação nos Tribunais Superiores.
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