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Como Saber Quanto Tempo Falta Para Aposentar? Como Fazer Simulação?

Planejar a aposentadoria é um passo fundamental para garantir tranquilidade financeira no futuro. Muitos trabalhadores brasileiros têm dúvidas sobre quando poderão se aposentar e como calcular o tempo restante para alcançar esse direito. Neste artigo, vamos explorar as ferramentas disponíveis para simular o tempo de contribuição necessário e os passos para realizar esse cálculo de forma eficiente.

O que mudou com a Reforma da Previdência para aposentadoria em 2025

A Reforma da Previdência, implementada pela Emenda Constitucional nº 103/2019, trouxe mudanças significativas nas regras para aposentadoria no Brasil. A cada ano, os requisitos se tornam mais rígidos, seguindo um cronograma de transição que se estenderá até 2031.

Em 2025, as regras de transição continuam em vigor, tornando o processo de aposentadoria mais desafiador para os trabalhadores. As mulheres precisam ter, no mínimo, 58 anos e 6 meses de idade, enquanto os homens devem ter 63 anos e 6 meses para solicitar o benefício. Além disso, o tempo mínimo de contribuição é de 30 anos para mulheres e 35 anos para homens.

A pontuação mínima exigida na regra dos pontos (que soma idade e tempo de contribuição) também sofreu alterações, sendo necessário atingir 92 pontos para mulheres e 102 pontos para homens em 2025. Estas mudanças fazem parte da estratégia gradual de equiparação dos requisitos previdenciários.

É importante destacar que, conforme o artigo 201 da Constituição Federal, após a reforma, a aposentadoria por tempo de contribuição sem idade mínima deixou de existir como regra permanente, sendo substituída por regras de transição para quem já estava no sistema antes da reforma.

Regras de transição para aposentadoria por tempo de contribuição

Para contemplar os trabalhadores que já estavam contribuindo antes da reforma, foram estabelecidas algumas regras de transição. Estas regras permitem que os segurados se aposentem seguindo critérios intermediários entre o sistema antigo e o novo. Vamos conhecer as principais:

  1. Regra dos pontos: Soma-se a idade com o tempo de contribuição. Em 2025, mulheres precisam atingir 92 pontos (com mínimo de 30 anos de contribuição) e homens 102 pontos (com mínimo de 35 anos de contribuição).
  2. Pedágio de 50%: Aplicável para quem estava próximo de se aposentar quando a reforma entrou em vigor. O segurado deve cumprir o tempo de contribuição mínimo (30 anos para mulheres e 35 para homens) mais um adicional de 50% do tempo que faltava para completar esse requisito na data da reforma.
  3. Pedágio de 100%: Exige o cumprimento do tempo integral que faltava para atingir o tempo mínimo de contribuição na data da reforma, mais um período adicional de igual duração (100% do tempo restante).

Estas regras foram estabelecidas pelo artigo 20 da Emenda Constitucional nº 103/2019, que garante o direito de opção pelas regras de transição aos segurados filiados ao Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da reforma.

Como calcular o tempo de contribuição para aposentadoria

O cálculo do tempo de contribuição é um dos elementos mais importantes para determinar quando você poderá se aposentar. Este cálculo leva em consideração os anos, meses e dias em que você contribuiu para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ou para um regime próprio de previdência.

Diferença entre tempo de contribuição e carência

Antes de prosseguir com o cálculo, é fundamental entender a diferença entre tempo de contribuição e carência:

  • Tempo de contribuição: Refere-se ao período total em que o trabalhador contribuiu para a Previdência Social, contado em anos, meses e dias.
  • Carência: É o número mínimo de contribuições mensais necessárias para ter direito ao benefício, contado em meses (competências).

Para a aposentadoria por tempo de contribuição, a carência mínima é de 180 meses, conforme estabelecido no artigo 25 da Lei 8.213/91. É importante ressaltar que nem sempre o tempo de contribuição e a carência coincidem, pois existem situações específicas que podem afetar cada um desses cálculos.

Por exemplo, se um trabalhador contribuiu em um mês em que trabalhou apenas um dia, isso será contado como um dia de tempo de contribuição, mas como um mês completo de carência. Além disso, alguns períodos podem ser computados como tempo de contribuição, mas não como carência, como no caso de contribuintes individuais que realizam pagamentos retroativos.

Passo a passo para calcular o tempo de contribuição

Para calcular seu tempo de contribuição, siga estes passos:

  1. Levante todos os períodos trabalhados: Reúna documentos como carteira de trabalho, carnês de contribuição, extratos do CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais) e outros comprovantes de atividade profissional.
  2. Verifique períodos especiais: Alguns períodos podem contar com conversão, como trabalho em condições insalubres ou atividades que permitem contagem diferenciada.
  3. Some todos os períodos: Calcule o total de anos, meses e dias trabalhados, considerando as regras específicas para cada tipo de atividade.
  4. Verifique a carência: Certifique-se de que possui pelo menos 180 contribuições mensais (15 anos) para cumprir o requisito de carência.
  5. Compare com os requisitos atuais: Verifique se seu tempo de contribuição atende aos requisitos mínimos estabelecidos para a aposentadoria nas regras atuais.

O artigo 55 da Lei 8.213/91 estabelece quais períodos podem ser considerados como tempo de contribuição, incluindo o tempo de serviço militar, o período em que o segurado esteve em gozo de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez, e o tempo de contribuição efetuado como segurado facultativo, entre outros.

Como fazer a simulação da aposentadoria pelo site e aplicativo do INSS

O INSS disponibiliza ferramentas oficiais que permitem aos trabalhadores simular quanto tempo falta para sua aposentadoria. Estas simulações podem ser realizadas tanto pelo site quanto pelo aplicativo Meu INSS.

Simulação pelo site do INSS

Para realizar a simulação pelo site, siga estes passos:

  1. Acesse o site meu.inss.gov.br
  2. Digite seu CPF e senha. Caso não tenha senha, será necessário fazer um cadastro
  3. Na página inicial, vá em “Serviços” e clique em “Simular Aposentadoria” (geralmente aparece em “Mais Acessados”)
  4. Verifique as informações que aparecerão na tela, como idade, sexo e tempo de contribuição
  5. O sistema mostrará quanto tempo falta para sua aposentadoria de acordo com cada uma das regras em vigor
  6. Se desejar, clique em “Baixar PDF” para salvar o documento com todos esses dados

É possível verificar com precisão quando será possível pedir a aposentadoria e qual será o valor aproximado do benefício através dessa ferramenta, que já considera as regras atualizadas para 2025.

Simulação pelo aplicativo Meu INSS

Para quem prefere usar o celular, o processo é igualmente simples:

  1. Baixe o aplicativo Meu INSS, disponível para Android e iOS
  2. Faça login com seu CPF e senha do gov.br
  3. Abra o menu lateral (na parte superior esquerda) e clique em “Simular Aposentadoria”
  4. Verifique as informações que aparecerão na tela
  5. Se necessário, corrija algum dado pessoal clicando no ícone de lápis (à direita)
  6. Você também pode baixar o PDF com todas as informações

O aplicativo oferece a mesma funcionalidade do site, com a vantagem de poder ser acessado de qualquer lugar através do smartphone. A ferramenta calcula automaticamente o tempo restante com base nas suas contribuições e idade.

Interpretando os resultados da simulação

Após realizar a simulação, você receberá informações sobre:

  • Seu tempo total de contribuição até o momento
  • Sua idade atual
  • A pontuação atual (soma de idade e tempo de contribuição)
  • Quanto tempo falta para se aposentar por cada uma das regras de transição
  • Uma estimativa do valor do benefício

É importante ressaltar que o resultado gerado vale somente para consulta e não garante direito à aposentadoria. Quando a simulação indicar que você atingiu os requisitos em alguma categoria, é possível entrar com o pedido no INSS para verificar se, de fato, tem direito ao benefício.

Calculando o valor da aposentadoria por tempo de contribuição

Além de saber quando poderá se aposentar, é fundamental entender como será calculado o valor do seu benefício. O cálculo do valor da aposentadoria por tempo de contribuição segue regras específicas estabelecidas pela reforma da previdência.

Cálculo do salário de benefício

O salário de benefício é calculado com base na média aritmética simples de 100% dos salários de contribuição desde julho de 1994 (ou desde o início das contribuições, se posterior a essa data).

Após calcular essa média, aplica-se o coeficiente de 60% da média do salário de benefício, acrescido de 2% para cada ano de contribuição que exceder:

  • 15 anos de contribuição para mulheres
  • 20 anos de contribuição para homens

Por exemplo, uma mulher com 30 anos de contribuição terá direito a 90% da média (60% + 30% pelos 15 anos excedentes). Um homem com 35 anos de contribuição terá direito a 90% da média (60% + 30% pelos 15 anos excedentes).

Esta fórmula está prevista no artigo 26 da Emenda Constitucional nº 103/2019, que alterou o sistema de cálculo dos benefícios previdenciários.

Tabela comparativa das regras de transição

Regra de TransiçãoRequisitos para Mulheres (2025)Requisitos para Homens (2025)Cálculo do Benefício
Regra dos Pontos30 anos de contribuição + 92 pontos35 anos de contribuição + 102 pontos60% + 2% por ano excedente
Idade Mínima Progressiva58 anos e 6 meses + 30 anos de contribuição63 anos e 6 meses + 35 anos de contribuição60% + 2% por ano excedente
Pedágio de 50%30 anos de contribuição + 50% do tempo restante em 13/11/201935 anos de contribuição + 50% do tempo restante em 13/11/2019Fator previdenciário
Pedágio de 100%57 anos + 30 anos de contribuição + 100% do tempo restante em 13/11/201960 anos + 35 anos de contribuição + 100% do tempo restante em 13/11/2019100% da média

Fatores que podem influenciar no valor do benefício

Diversos fatores podem afetar o valor final da sua aposentadoria:

  1. Tempo de contribuição: Quanto maior o tempo de contribuição, maior será o percentual aplicado sobre a média salarial.
  2. Salários de contribuição: Os valores sobre os quais você contribuiu ao longo da vida laboral influenciam diretamente na média salarial.
  3. Regra de transição escolhida: Cada regra de transição possui uma forma específica de cálculo, podendo resultar em valores diferentes.
  4. Fator previdenciário: Aplicável em algumas regras de transição, leva em consideração a idade, o tempo de contribuição e a expectativa de sobrevida do segurado.

É recomendável simular o valor do benefício utilizando diferentes regras para identificar qual delas resultará no valor mais vantajoso para o seu caso específico.

Quando procurar ajuda especializada para calcular sua aposentadoria

Embora as ferramentas de simulação do INSS sejam úteis para uma estimativa inicial, existem situações em que é recomendável buscar orientação de um advogado especializado em direito previdenciário:

  1. Períodos de contribuição não registrados: Se você possui períodos trabalhados que não constam no CNIS, um advogado pode ajudar a comprovar essas contribuições.
  2. Atividades especiais: Trabalhadores que atuaram em condições insalubres, perigosas ou penosas podem ter direito à conversão do tempo especial em comum, o que requer análise especializada.
  3. Regimes diferentes: Se você contribuiu para diferentes regimes previdenciários (RGPS e RPPS, por exemplo), a contagem do tempo pode ser mais complexa.
  4. Erros nos registros do INSS: Caso identifique inconsistências nos dados do INSS, um profissional pode auxiliar na retificação.
  5. Dúvidas sobre a regra mais vantajosa: Um especialista pode analisar seu caso específico e indicar qual regra de transição resultará no maior benefício.

O artigo 96 da Lei 8.213/91 estabelece as regras para contagem recíproca de tempo de contribuição entre diferentes regimes previdenciários, o que pode ser um ponto crítico na análise do direito à aposentadoria.

Como verificar a confiabilidade da simulação do INSS

É importante verificar se todos os períodos contributivos estão corretamente registrados no CNIS antes de confiar plenamente na simulação do INSS. Para isso:

  1. Acesse o Meu INSS e verifique seu extrato de contribuições
  2. Compare as informações com seus documentos (carteira de trabalho, carnês, etc.)
  3. Se identificar divergências, solicite a correção junto ao INSS

Caso tenha dúvidas sobre a confiabilidade da simulação ou sobre como proceder em caso de divergências, consulte um advogado especializado em Direito Previdenciário que poderá orientá-lo adequadamente.

Conclusão

Planejar a aposentadoria é um processo que exige atenção aos detalhes e conhecimento das regras previdenciárias. As ferramentas de simulação disponibilizadas pelo INSS são recursos valiosos para que os trabalhadores possam se programar com antecedência, entendendo quanto tempo ainda falta para conquistar esse direito e qual será o valor aproximado do benefício.

Considerando a complexidade das regras previdenciárias e as constantes mudanças na legislação, é fundamental manter-se informado e, quando necessário, buscar orientação jurídica especializada para garantir que seus direitos previdenciários sejam plenamente respeitados e que você obtenha o melhor benefício possível de acordo com sua situação específica. Assim, você poderá tomar decisões mais acertadas sobre sua aposentadoria e garantir maior tranquilidade financeira no futuro.

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Marcel Sanches
Autor e Revisor
Advogado na Ls Advogados. Especialista em Direito Privado e Atuação nos Tribunais Superiores.
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